Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 3 de 3
Filter
Add filters








Year range
1.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 39(2): e00132622, 2023.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1421023

ABSTRACT

Desde o lançamento da terceira versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III), a psiquiatria biológica vem sistematicamente aplicando seu raciocínio classificatório a fenômenos sociais de múltiplas naturezas. Nessa perspectiva, ganha relevância o discurso do trauma, pelo qual acontecimentos de magnitude devastadora passaram a receber interpretações neurocomportamentais e foram, finalmente, reconhecidos menos por seus impactos culturais e subjetivos que pelas alterações fisiológicas que propiciam. Apoiado em revisão narrativa, este artigo procurará explorar a transição da racionalidade traumática entre o século XIX, quando o trauma fora concebido em associação ao conceito cognitivo de memória, e o século XX, quando finalmente esse fenômeno foi anexado à pesquisa neurocientífica do estresse. A pluralidade de modelos conceituais e paradigmas determinísticos pode contribuir para que a pesquisa do trauma produza protocolos de enfrentamento multifatoriais mais adequados à experiência humana do sofrimento pós-traumático.


Since the release of the third version of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III), biological psychiatry has been systematically applying its classification reasoning to social phenomena of many natures. From this perspective, the discourse of trauma gained relevance and events of devastating magnitude began to receive neurobehavioral interpretations until finally being recognized less for their cultural and subjective effects than for the physiological changes they cause. By a narrative review, this study aims to analyze the transition of traumatic rationality from the 19th century, when trauma was associated with the cognitive concept of memory, to the 20th century, when this phenomenon was finally attached to neuroscientific research on stress. The plurality of conceptual models and deterministic paradigms can contribute to the fact that trauma research produces multifactorial coping protocols more appropriate to the human experience of post-traumatic suffering.


Desde la publicación de la tercera versión del Manual Diagnóstico y Estadístico de los Trastornos Mentales (DSM-III), la psiquiatría biológica ha aplicado sistemáticamente su razonamiento clasificatorio a fenómenos sociales de múltiple naturaleza. Desde esta perspectiva cobra relevancia el discurso del trauma, a través del cual eventos muy devastadores pasaron a tener interpretaciones neuroconductuales y finalmente fueron reconocidos menos por sus impactos culturales y subjetivos que por los cambios fisiológicos que provocan. A partir de una revisión narrativa, este artículo busca explorar la transición del razonamiento traumático entre el siglo XIX, cuando el trauma se concibe en asociación con el concepto cognitivo de memoria, y el siglo XX, cuando este fenómeno se vincula a la investigación neurocientífica sobre estrés. La diversidad de modelos conceptuales y paradigmas deterministas puede contribuir a que la investigación del trauma produzca protocolos de afrontamiento multifactoriales más adecuados a la experiencia humana del sufrimiento postraumático.

2.
Porto Alegre; Editora Rede Unida; 20220628. 196 p.
Monography in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1378839

ABSTRACT

Esta obra traz o relato de uma experiência desenvolvida entre os anos de 2020 e 2021, realizada a partir da discussão da Relação Médico(a)-Paciente-Usuário(a) na disciplina Propedêutica Médica do curso de Medicina do Centro Multidisciplinar UFRJ ­ Macaé, utilizando para isso uma Metodologia Ativa de Ensino-Aprendizagem (MAEA), construída a partir da perspectiva biopsicossocial de sujeito e de saúde. Através de narrativas que foram apresentadas em sessões tutoriais e das discussões que se desdobraram nessa disciplina, o(a)s discentes criaram ressonância com histórias reais sobre experiências positivas e negativas de atendimentos médicos, que o(a)s ajudaram a construir a ideia de médicos e médicas que ele(a)s gostariam de ser e, sobretudo, daquele(a)s que ele(a)s não gostariam de ser. Por fim, as narrativas escritas pelo(a)s estudantes deram origem a uma coletânea, organizada neste livro "Histórias não registradas em prontuários: sob o olhar dos usuários". Não é novidade que a formação médica no Brasil passa por um debate sobre a necessidade de ultrapassar sua raiz biomédica. Atualmente, diversas faculdades de medicina vêm propondo reformas em suas matrizes curriculares na tentativa de formar profissionais alinhados com uma perspectiva biopsicossocial de sujeito e de saúde, por isso a importância de discutir a relação médico(a)-paciente-usuário(a).


Subject(s)
Medical Records , Patient-Centered Care , Narrative Medicine
3.
Rio de Janeiro; s.n; 2021. 188 f p.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1397318

ABSTRACT

Desde a sua origem na medicina cirúrgica do século XVII, o termo "trauma" já recebeu usos tão distintos quanto foram as suas linhas de investigação. Teve seu emprego relacionado à lesão tissular subjacente ao impacto físico capaz de fraturar ossos e romper órgãos; teve sua existência atribuída ao terror da iminência da morte por descarrilhamento ou pela colisão de trens, que tanto atormentavam o imaginário das sociedades urbanas industriais; foi, por fim, relacionado aos procedimentos aterradores da campanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Seja enquanto fratura, seja enquanto efração psicológica, seja enquanto memória coletiva, o conceito de trauma reflete as transformações na interpretação ocidental do sofrimento e do infortúnio, e indica a emergência de uma sensibilidade social contemporânea politicamente orientada para a reparação e para o testemunho. Hoje em sua florescência apoteótica, a pesquisa do trauma reveste seu objeto com a densa tecnologia neurobiológica, prescrevendo, para ele, sistemas fisiológicos, marcadores metabólicos e uma causalidade fisicalista que secundarizou as antigas referências psicodinâmicas pelas quais outrora se revelavam seus mecanismos de instalação. Assim o trauma se tornou um elemento manifesto: foi extraído do território virtualizado da memória ­ e da representação que a sugeriria ­ para se tornar visível na objetividade das dobras, dos giros e das seções do aparato cerebral. Esta pesquisa objetivou demonstrar como algumas das acepções presentes na origem da conceitualização do fenômeno traumático, tanto na nomenclatura médica quanto em sua apropriação como conceito operativo nas disciplinas do campo psicodinâmico, são capazes de elucidar a transformação epistemológica que culminou na profunda reconfiguração de suas matrizes explicativas. Em outras palavras, ela procura acompanhar como o trauma psicológico ganhou autonomia sobre as descrições anatômicas para ser, cerca de um século depois, por ela reanexada enquanto fenômeno essencialmente corporal e incorporado à gramática neurocientífica.


Since its origins in surgical medicine in the 17th century, the term "trauma" has already received uses as different as its lines of investigation. Its use was related to tissue damage underlying the physical impact capable of fracturing bones and breaking organs; its existence was attributed to the terror of imminent death by derailment or by train collisions, which so tormented the imagination of industrial urban societies; it was finally related to the appalling procedures of the Nazi campaign during World War II. Whether as a fracture, whether as a psychological effraction, or as a collective memory, the concept of trauma reflects the transformations in the Western interpretation of suffering and misfortune and indicates the emergence of a contemporary social sensitivity that is politically oriented towards reparation and witness. Today, in its apotheotic flowering, trauma research coats its object with dense neurobiological technology, prescribing for it physiological systems, metabolic markers and a physicalist causality that gave second place to the old psychodynamic references by which its installation mechanisms were once revealed. Thus, trauma became a manifest element: it was extracted from the virtualized territory of memory ­ and the representation that would suggest it ­ to become visible in the objectivity of the folds, turns and sections of the cerebral apparatus. This research aimed to demonstrate how some of the meanings present at the origin of the conceptualization of the traumatic phenomenon, both in medical nomenclature and in its appropriation as an operative concept in the disciplines of the psychodynamic field, are able to elucidate the epistemological transformation that culminated in the profound reconfiguration of its explanatory matrice. In other words, it seeks to follow how psychological trauma gained autonomy over anatomical descriptions to be, around a century later, re-attached by it as an essentially bodily phenomenon and incorporated into neuroscientific grammar.


Subject(s)
Neurosciences , Psychological Trauma , Memory
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL